“Rio, logo existo”,
“Rio é Rua”, “Só Alegria”, “Seja Marginal, Seja Herói”. São inúmeros os cartazes, poemas, rimas, marchinhas de carnaval e palavras de ordem proferidas na praça General Osório, em Ipanema, cenário de grandes encontros e ideias que transcendem a própria cidade.
A cinco minutos da praia de Ipanema, desde sempre frequentada por artistas e intelectuais, no bairro homônimo, boêmio e vanguardista da zona sul do Rio de Janeiro; é ladeada pelas ruas Visconde de Pirajá, Teixeira de Melo, Jangadeiros e Prudente de Morais – hoje cheias de bares, restaurantes e prestadores de serviços.
Foi criada em 1894 pelo Barão de Ipanema, que loteou o bairro e deu a ele sua nobre alcunha. É certo que o nome da praça – que homenageia o marechal que liderou a guerra do Paraguai – não combina muito com seu aspecto transgressor, mas o espaço foi e continua sendo palco de importantes acontecimentos, como o surgimento da Banda de Ipanema em plena ditadura militar, o happening Bandeiras, em 1968 – um encontro político de artistas, onde Hélio Oiticica expôs pela primeira vez a icônica bandeira “Seja marginal, seja herói”, que virou símbolo da cultura marginal; e a feira hippie, que há mais de 50 anos promove a exposição de trabalhos de artistas de diversos segmentos.
Lá também fica o chafariz das Saracuras, esculpido em 1795 por Mestre Valentim, um dos principais artistas do Brasil colônia. Em 2009 a inauguração da estação de metrô General Osório trouxe mais acesso à praça, que foi revitalizada em agosto de 2022, com atrações para todas as idades. A partir de então, um novo jargão começou a ser entoado por ali: “Viva a praça viva!”